O que as mulheres que gozam com penetração sabem
Se você é mulher (cis) e não consegue ter um orgasmo com penetração, fique tranquila: a maioria de nós só consegue atingir o orgasmo via estimulação direta clitóris. Então faz sentido que mulheres que transam com homens (cis) achem difícil gozar, especialmente durante a penetração.
Existem algumas minoria de mulheres para quem a penetração em si é estímulo suficiente para ir aumentando a excitação ao ponto de todo o assoalho pélvico se contrair em pulsações rítmicas, acompanhado de um prazer lancinante. Em outras palavras, tem mulher para quem a penetração em si leva ao orgasmo. Mas em geral, as que gozam na cama conseguem dar um jeito do clitóris ser tratado como é mais gostoso e natural para ele.
Você já pode ter ouvido falar de excitar o clítoris com as mãos ou algum tipo de vibrador, mas o que algumas mulheres fazem — mas não falam — é usar o próprio enlace entre os corpos para conseguir esse estímulo. Sim, quem tem facilidade em gozar na penetração consegue estimular o clitóris se encaixando no corpo do parceiro.
Mulheres que gozam são ativas
As mulheres que têm facilidade em gozar com um pênis lá dentro (ou apesar do pênis lá dentro) em geral tomam para si a responsabilidade pelo seu orgasmo, ao invés de ficar esperando ele vir do homem. Elas de alguma forma arranjam encaixes e pequenos movimentos que garantem a elas o tipo de estímulo que as leva ao orgasmo. Não se trata de nenhum malabarismo, muitas vezes são apenas de pequenos ajustes.
O orgasmo durante o coito geralmente parece o resultado de uma tentativa consciente de uma área de contato clitoral durante o coito, em geral envolvendo o contato com a região da púbis do homem […]. — Shere Hite
Além de buscarem os encaixes em que seu clitóris esteja com o tipo de contato que mais as excitam, essas mulheres também estão ativamente participando de como e quando as coisas vão acontecendo na cama (ou na mesa, no sofá ou no carro). Se o parceiro está “afobado” ou se movimentando numa intensidade ou tempo que não está bom para elas, elas conseguem conduzí-lo para seguir de uma forma sincronizada com as necessidades delas. E essa condução muitas vezes é não verbal.
Para isso, elas têm que estar suficientemente à vontade e com a percepção um pouco mais voltada ao que é gostoso para elas. E claro, tem que estar com um parceiro que esteja atendo ao próprio prazer, mas também permeável as reações e conduções dela. É um misto de entrega às próprias sensações e entrosamento com o parceiro.
Elas aplicam o que fazem na masturbação
A maioria dos homens chega na sua primeira relação sexual já tendo tido orgasmos diversas vezes. Eles sabem, em certa medida o tipo de estímulo, o ritmo, a pressão, os movimentos ou ângulo intensificam prazer para chegar lá. Ou seja, eles tem um histórico de experimentação que dão a eles uma certa “manha” das próprias sensações.
O mesmo acontece com a mulher que tem alguma facilidade em ter orgasmo na relação sexual: ela já gozou muito sozinha. E, quanto maior for o leque de jeitos que esta mulher já está acostumada na masturbação, mais ferramentas ela terá para gozar durante a penetração. Uma mulher que só chega ao orgasmo com vibrador diretamente no clitóris, ou que só consegue com as pernas fechadas, ou só usando os dedos provavelmente terá mais dificuldade do que aquelas que conseguem improvisar sozinhas.
Mulheres que gozam “usam” o corpo do parceiro
Conhecendo-se o suficiente e sendo de alguma forma ativas, as mulheres que gozam durante a penetração usam o contato com o corpo do parceiro durante a penetração para garantir o estímulo necessário para elas. Elas podem “roçar” ou pressionar o clitoris contra a púbis do parceiro. Segundo o Relatório Hite da Sexualidade Feminina, mulheres que sabem atingir o orgasmo “montando” num objeto macio (travesseiro, almofadas, braço do sofá, etc) podem ter bastante facilidade em fazer isso, porque elas estão emulando o que acontece numa transa corpo a corpo.
Algumas fazem isso com um contato “coladinho” do clitóris com a púbis quase sem movimento algum, com uma ligeira mudança de pressão. Outras fazem isso se movimentando mais, se esfregando de forma mais intensa contra o corpo do parceiro. Umas podem sentir mais facilidade estando por cima, outras se aproveitam do contato mais colado do tão subvalorizado papai-e-mamãe, outras ainda podem fazê-lo em pé ou com outros tipos de encaixe. Não há regra, cada uma tem seu próprio jeito de ser e, consequentemente, de gozar.
Acessórios e mãos também são bem vindos
Gozando ou não no contato corpo a corpo, qualquer forma de prazer vale a pena. Algumas mulheres podem achar muito excitante se masturbarem ou serem masturbadas por seus parceiros usando as mãos ou vibradores durante a penetração. As posições em que os corpos ficam mais afastados costumam ser mais fáceis para isso, mas nada impede que nas posições mais “coladinhas” se abra um espaço entre os corpos para caber uma mão “lá”.
Um acessório interessante para as que querem ter a sensação de “Olha só: sem as mãos!” é o anel peniano. Trata-se de um anel que é encaixado na base do pênis e cuja “jóia” é um pequeno vibrador ou parte texturizada. Quando a penetração é completa, a “jóia” fica em contato direto com o clitóris.
Mas no fim das contas o que importa é a mulher se conhecer aos poucos, no seu ritmo e estar suficientemente de boa para brincar à vontade com sensações e encaixes no sexo.
Para saber mais leia O Relatorio Hite: um Profundo Estudo Sobre a Sexualidade Feminina.
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